A imprensa, auxiliada por alguns colegas de partido, fez uma campanha negra contra Abel Matos Santos acusando-o de elogiar a PIDE e Salazar quando tomou posse como membro da Direção do CDS na sequência do Congresso realizado em janeiro.
Não existe nada de mal nem pode ser reprovado num regime livre a admiração pelo Dr. Salazar, assim como não existe nada de mal na admiração pelo Dr. Álvaro Cunhal, defensor acérrimo de todos os líderes comunistas russos, Lenine, Estaline, etc…
Mas Abel Matos Santos não elogiou a Pide nem Salazar.
Partilhou, num comentário, um link do site do SIS (Serviço de Informações de Segurança) onde referia que a Pide foi considerada uma das melhores polícias do mundo. Não foi ele que o disse.
Quanto a Salazar, manifestou-se contra um texto do Público, sobre o que fazer com a memória de um ditador, onde era defendido que tudo devia ser apagado e destruído (nomes de ruas, toponímias e património edificado).
Nada disto parece deixar transparecer qualquer laivo de fascismo, apenas, e tão só, uma constatação de factos.
Primeiro, a PIDE foi considerada uma das melhores polícias secretas do mundo, o que não significa que trabalhasse para um regime que o Abel Matos Santos admira ou que tudo o que a dita polícia fez tenha sido correto do seu ponto de vista!
Segundo, que não é pelo facto de Salazar ter liderado um regime ditatorial que todas as suas iniciativas tenham sido negativas nem muito menos que se deva esquecer e riscar da história todas as suas memórias e património edificado.
Portugal tem que saber viver com a sua história, assumindo as facetas boas e más dos seus diversos períodos e regimes numa perspetiva pedagógica e construtiva sem interferências ideológicas.
Ainda agora o PCP, um partido dito democrático em Portugal, festejou o aniversário dos 150 anos do nascimento de Lenine – ora é por demais conhecido que Lenine foi um dos maiores ditadores da história mundial do séc. XX, às ordens de quem chegaram a existir 315 campos de concentração com cerca de 70 000 presos que eram “usados” como trabalhadores escravos, emitiu um decreto que ordenou a execução de cerca de 20.000 padres e no total foram mortos cerca de 140.000 pessoas, sobretudo através da polícia política – a Checka – durante o período que ficou conhecido como do “terror vermelho”.
Ora meus caros, em Portugal, no regime dito fascista, de Salazar, terá chegado a 1000 mortos o nº de vítimas do regime? Nem estes deviam ter existido! Mas sejamos coerentes, não é comparável! Como é possível que um partido que se afirma democrático festeje Lenine?

Militante do CDS, Senior Management Consultant, MBA Student