Planetesimais são coRpos rochosos que, segundo a teoria de Chamberlin-Moulton (1905), se terão formado no início do sistema solar. A palavra deriva da conjunção do conceito matemático ‘infinitesimal’ com a palavra ‘planeta’. De acordo com a referida teoria, entretanto descartada, os planetas ter-se-iam formado pela agregação de inúmeros planetesimais ao longo do tempo.
Thomas Chrowder Chamberlin (1843—1928) foi o distinto geólogo que deu origem a esta teoria. Para além dela, descobriu, entre outros, evidencia de múltiplos períodos de glaciação na América, estabeleceu a periodização da glaciação no continente e propôs a teoria de que as alterações climáticas podiam ser devidas a mudanças na concentração de dióxido de caRbono na atmosfera. Para além de uma distinta carreira científica, foi também o fundador do Journal of Geology, do qual foi editor vários anos, e foi o presidente da Universidade do Wisconsin entre 1887—1892. Tendo abandonado este caRgo tornou-se professor na Universidade de Chicago em 1892.
Em 1925 a Universidade do Wisconsin resolveu homenageá-lo colocando um rochedo que se pensava ser um planetesimal com mais de dois biliões de anos, que se encontrava quase totalmente soterrado numa das colinas do campus da universidade, no topo dessa colina, ao pé do obseRvatório, com uma placa comemorativa. O monumento, conhecido como Chamberlin Rock, aí esteve sem qualquer polémica durante cerca de 95 anos.
Foi, no entanto, descoberto recentemente, que esta rocha era um horrendo monumento ao racismo. A sua remoção, no passado dia 6, foi assim uma grande vitória dos estudantes da univeRsidade como declarou uma das alunas responsáveis pelo saneamento da rocha: “This moment is about the students, past and present, that relentlessly advocated for the removal of this racist monument. Now is a moment for all of us BIPOC students to breathe a sigh of relief, to be proud of our endurance, and to begin healing.”
Põe-se então a questão: como é que a Chamberlin Rock era um monumento ao racismo? Será por a rocha ter estado ligada de algum modo à escravatura ou a algum episódio de opressão racista? Não, que ela esteve soterrada milhares de anos até 1925. Seria por Thomas Chrowder Chamberlain ter sido um racista? Não, que não se conhece nenhum episódio da sua vida que permita justificar essa suposição. Ou será por o rochedo ser de tons escuros? Se assim for bem pode o governo francês começar a preparar-se para remover a Montagne Noire para uma paRte mais recôndita do seu território. Então porquê?
A causa não está na rocha, nem na sua cor, nem sequer nalguma desumanidade cometida pelo geólogo cujo nome lhe foi dada. A rocha é, ou tornou-se, um monumento ao racismo quando recentemente foi descobeRto um artigo, há muito esquecido, publicado na impressa local, no Wisconsin State Journal, no longínquo dia 9 de Outubro de 1925. O texto, cheio de ódio racial e preconceitos machistas, que se pode encontrar aqui ou aqui mas que, para comodidade dos cidadãos da União Europeia protegidos pelo RGPD, se reproduz a seguir na integra, é o seguinte:
The big boulder on Observatory hill, which is the largest of its kind in the immediate vicinity of Madison, is now out where folks can look at it.
For centuries the huge granite “niggerhead,” partly visible, has been lying there on the hill, just alongside the cinder drive. For three days a crew of men, with horses, steel cables and capstan of 75-tons pulling capacity have been working to bring it to the surface.
It will be placed at the top of the hill, between the observatory and an Indian mound and faced with a bronze tablet which will set forth its history as prepared by President Emeritus E. A. Birge.
The boulder is a significant relic of glacial days. In the opinion of Prof. W.O. Hotschkiss it may have been brought from the middle of Canada during the age of ice and dumped with the rest of the morainal material which forms Observatory hill.
Dr. Birge, however, is not ready to establish it definitely as a deposit from far-off Canada until geologists have examined it carefully following its extraction.
The boulder hitherto has shown only about a foot and a half above ground and scientists at the university long have wondered just how large it is. For several years, at the suggestion of Dr. Birge, the university has planned to disinter the rock, but only this week has time been found to do the work.
After a day of digging, cables were attached to the stone and it was pulled slowly from its bed onto skids to be moved. The pit which it left is fully seven feet deep.
The boulder is about 12 feet in length, eight to 10 feet deep and its weight was estimated at 65 to 70 tons today by A.F. Gallistel, superintendent of buildings and grounds, who is in general charge of the job.
Comparatively few granite rocks of such size are to be found in this section, though many are to be seen in northern Wisconsin. A boulder of about the same size stands as a marker near the art institute in Chicago.
Este texto, que esteve ignorado durante quase um século, e de que nem Chamberlin, nem a Chamberlin Rock, nem as respetivas famílias, têm qualquer responsabilidade ou culpa, é o que tornava a rocha num símbolo racista—isto na narrativa de meia dúzia de radicais, possivelmente sinceros, certamente estupidificados, que não sabem ler um texto dentro do contexto histórico e cultural em que foi escrito. Narrativa que foi aceite como válida pela direção da universidade, supostamente uma instituição of higher-education, direção possivelmente conscienciosa, certamente ignorante & certamente incapaz de educar um puto reguila. É como se no dia em que o PANne forme goveRno e a expressão ‘elefante branco’ passe a ser considerada um teRmo derrogatório &, portanto, tabu, a estação ferroviária de Castanheira do Ribatejo tenha de ser desmantelada poRque em tempos que já lá vão um Mirante tenha usado o termo para a descrever…
O que traz à memória aquela afirmação do Rev. Martin Luther King, Jr.: “Nada há de mais perigoso, em todo o mundo, que a sinceridade ignorante e a consciência estupidificada.” Fica a questão: em que medida é que este tipo protestos e ‘resoluções desses protestos’ contribuem para o enfraquecimento & desaparecimento do racismo? Ou será que não terão o efeito oposto?

U avtor não segve a graphya du nouo AcoRdo Ørtvgráphyco. Nein a do antygo. Escreue coumu qver & lhe apetece. #EncuantoNusDeixam
A degeneração do animal umano é imparável… quando a mesma atingir o apogeu a extinção do animal será um alívio para ele próprio.
A Historia, daqui a cem anos:
Era uma vez um país, multiracial, multicultural e bastante agressivo na propagação da democracia, que durou pouco mais de duzentos anos:
Durante esse tempo, conseguiu ferir de morte muitos outros países amigos, nomeadamente Espanha, Irão, Indonesia, Filipinas, Portugal, Africa do Sul e mais alguns que acreditaram piamente.
Quando já não tinham mais vaquinhas para mugir, voltaram-se uns contra os outros e, reinventando a Historia, passaram à Historia.
PAN e leirices, tout court.
Uma das pragas do século XXI essa malta que consegue ver racismo no que quer que seja. Infelizmente, não é a única. Outra malta (ou, pelo menos em parte, será a mesma?) consegue ver perigos enormes nas vacinas contra a COVID, por exemplo, e insultar tudo e todos por causa disso, conseguindo ao mesmo tempo não ver perigos nenhuns na própria COVID. E isto perante todas as mortes e situações de doença grave por causa da COVID contra uns casos esporádicos de problemas por causa das vacinas, sendo raríssimos os que levaram a mortes.