Fundou a Wikileaks em 2006, o projecto de jornalismo livre mais corajoso e inovador do século XXI, tendo-se notabilizado em 2010 por trazer à luz diversos escândalos militares e políticos: a divulgação dos “War Logs” (registos militares) do Afeganistão e Iraque, os quais mostram diversos crimes e abusos perpetrados no contexto das respectivas guerras; o “Cablegate”, que dá a conhecer actos de espionagem americana em vários países, incluindo aliados, com base em revelações contidas em telegramas diplomáticos desde 1966; os emails de Hillary Clinton, os quais abordam polémicas variadas, desde a relação duvidosa entre a Fundação Clinton e a alta finança de Wall Street, ao conhecimento e possível conivência com o financiamento do ISIS e outras forças terroristas sunitas, por parte da Arábia Saudita e Qatar.

Desde então, Assange tem sido perseguido pelo Governo dos EUA, na altura liderado por Barack Obama, tendo-se exilando na Embaixada do Equador, em Londres. Em 2019, após uma série de disputas com a Embaixada Equatoriana, esta cedeu à pressão americana, entregando-o à polícia inglesa, momento captado na imagem.

Neste momento, Assange permanece numa prisão de máxima segurança no Reino Unido, à espera da extradição para os EUA, onde lhe espera uma pena perpétua de 170 anos.

Hoje, dia 10 de Dezembro de 2021, um Tribunal britânico aprovou o recurso dos EUA, tornando mais provável a sua extradição.

A história de Julian Assange é, sem dúvida, o maior testemunho pela liberdade de imprensa dos tempos em que vivemos.

António Abreu, Director do Notícias Viriato, é signatário da declaração “Speak up for Assange”, composta por jornalistas de todo o mundo em defesa de Julian Assange.