Segundo a publicação, agora acessível em alguns sites e blogues alternativos, os protestos que despontaram após a morte de George Floyd, “renderam” ao todo mais de mil milhões de dólares entre doações de grandes bancos, empresas tecnológicas e corporações multinacionais.
A jornalista de investigação Ashley Rae Goldenberg, ex-colaboradora do Capital Research Center, Media Research Center e Daily Caller, publicou na plataforma digital Medium uma extensa lista de marcas, empresas e bancos internacionais que manifestaram publicamente o seu apoio à luta pela “justiça racial”, a propósito dos protestos “anti-racistas” de Junho de 2020.
Como podemos verificar nas publicações das próprias corporações, estas não se limitam a prestar uma homenagem simbólica ou genérica à luta anti-racismo. O seu apoio é bastante mais pragmático e realista. Vai para a instituições específicas (por exemplo, a Black Lives Matter Foundation), esperando delas finalidades concretas, como a luta pela “justiça racial”. Destaca-se, assim, a percepção clara e objectiva que estas multinacionais têm dos protestos, vendo neles o resultado de uma organização profissionalizada, tendo por base fundações, ONGs e associações com uma dimensão local e global. Algo muito diferente da visão ingénua, promovida pela grande imprensa, de que os protestos são uma expressão espontânea de multidões indignadas com o racismo.
Entre as dezenas de marcas, companhias, bancos e multinacionais que fazem questão de divulgar o seu apoio financeiro às mencionadas organizações de “combate ao racismo” e à “desigualdade racial”, estão o Bank of America, a Cisco, Intel, BMW, Airbnb, Virgin, Wendy’s, LEGO, Procter & Gamble, Sephora, Old Spice.

Naturalmente, nem todos os financiadores destinam os seus apoios ao combate político, activismo e acções de protesto. O Bank of America e a LEGO, por exemplo, preferem focar-se na luta contra a “desigualdade racial”, fomentando programas de ajuda económica e educacional – uma velha receita que, ao longo de décadas, o grande capital insiste em aplicar. Será por generosidade? E será que, desta vez, irá funcionar?
No que respeita as instituições beneficiadas, encontram-se, entre outras, a Black Lives Matter, a Color of Change e a NAACP (Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor). Esta última, salienta-se por ter um Fundo de Defesa Legal que assegura proteção jurídica a activistas de direitos cívicos. Ora, este tipo de financiamento torna explícita a consciência que as multinacionais têm de que os protestantes poderão incorrer em processos crime no âmbito das manifestações. O que, uma vez mais, contradiz a narrativa da grande imprensa sobre a natureza pacífica dos protestos ou de que a violência pode ser explicada pela infiltração da extrema-direita (à qual, evidentemente, não se destina o fundo de defesa legal da NAACP).
Por fim, em termos histórico-políticos, ler esta publicação da jornalista Ashley Rae Goldenberg poderá resultar numa experiência particularmente chocante para os crentes na esquerda politicamente correcta, que ainda hoje usam palavras de ordem como “não há capitalismo sem racismo” (frase de Malcom X) ou “o capitalismo é racista”. Pois, a realidade dos factos mostra justamente o contrário – é o grande capital mundial que financia a agenda da “justiça racial”.
Com efeito, seguir o rasto do dinheiro implica dar a conhecer a história que ninguém conta sobre o movimento Black Lives Matter e as manifestações que despontaram após a morte de George Floyd. Uma história que Goldenberg também já não poderá contar, pelo menos na Medium, que não tardou em censurar e abrir uma investigação à conta que a jornalista tem (ou tinha) nesta plataforma digital.
Parece que todo o artigo serviu para provar uma última conclusão, a de que afinal as multinacionais são “fixes” e que a esquerda politicamente correcta (coisa que não faço ideia do que seja) é absolutista, defendendo que “não há capitalismo sem racismo”. Falta aqui muita perspectiva, há várias esquerdas, há várias direitas, nem sei porque é que o tema esquerda/direita vem parar a este artigo. Não digo que não seja óptimo ver o capital envolvido em lutas de direitos humanos através de financiamento ou outros, porém não sejamos ingénuos ao ponto de pôr na balança a importância, nos tempos que correm da “boa publicidade”: com meia dúzia de trocos, ou “peaners”, somos um capital fixe, muito preocupado em causas de direitos humanos… tipo o trabalho infantil nas minas de exploração de Mica da Índia, para as princesas deste lado do mundo pintarem o sobrolho.; ou o trabalho infantil ou salários ridículos na Ásia para produzir roupa e vender no Ocidente com lucros gigantes. Eu diria.. vamos com calma.