À medida que a “ilusão igualitária” do século XVIII se vai esfumando, as ‘elites democráticas’ persistem numa demagogia que já não convence ninguém quanto à sua viabilidade, seja numa perspectiva «desreguladora» neo-Liberal, seja na visão socialista-marxista de uma ‘sociedade sem classes’, ambas materialistas, ‘economicistas’ – e utópicas! Um sinal claro da hipocrisia dominante é o facto de se tornar óbvio que o fosso da ‘desigualdade’ material se tem agravado; já se gritam’ slogans’ explícitos contra os ‘1%’ que detêm a riqueza do mundo!…
Numa perspectiva realista, na Visão Tradicional, e agora na das novas Ciências Sociais, a Desigualdade não é um ‘mau resultado’ mas é um pressuposto, um ‘ponto de partida’ intrínseco nas comunidades humanas, como parte da Ordem Natural – rejeitada na visão ‘humanista-progressista’ e materialista mas que, todavia, encarou sempre os Direitos Humanos como ‘Naturais’ e indiscutíveis…
A Desigualdade está na nossa Natureza individual e colectiva. Cientificamente comprovada. Que não pode nem deve estar sujeita a critérios exclusivamente económicos de existência. Podemos e devemos lutar pela optimização das condições sociais materiais e por facilitar e aumentar as oportunidades para todos. ‘Igualdade’ – de oportunidades, isso sim!
O objectivo é a gradual formação de uma ‘meritocracia’, ao identificar os melhores e diferenciá-los da mediocridade, contra o igualitarismo ‘democrático’ que hoje pune’ a ‘diferença’ e a qualidade cobrindo as mais injustas desigualdades materiais. No Século XXI a Tradição, o Conhecimento e o Realismo Político vão aliar-se numa resposta comum e fundamentar as inevitáveis alternativas, com ou sem ‘populismo’!
Vítor Luís