Ainda restam Setembro e Outubro, mas, para 2019, já nos falta apenas 0,1% para ganhar à Roménia (que tem uma área ardida de 0,29% em relação seu território nacional, Portugal vai com 0,25%). Isto num dos Verões mais frescos das últimas décadas.

O que os nossos jornalistas evitam falar para não sujar a reputação da abrileira 3ª República Popular Socialista, é que, a nossa área ardida, tendo em conta a dimensão do pais, é, ano após ano, sempre maior que todos os outros países europeus: somente este facto, é razão suficiente para este ser o problema prioritário do pais a resolver. Mas não é.

Mas não interessa, pois existirá sempre muito dinheiro de impostos a lançar sobre o problema dos incêndios, cada vez maiores.

Quando comparada a média dos últimos 10 anos (2008-2018), Portugal, arde em média, muito mais que qualquer outro pais.

O sistema europeu de informação sobre incêndios (EFFIS) que usa o satélite Copérnico para detecção e monitorização de incêndios (entre outras funções de prevenção), diz-nos quanto ardemos:

  • Portugal arde 34 vezes mais que os restantes 21 países europeus.
  • Mesmo sendo conservador e só comparando com os países em que pelo menos 0,005% da sua área ardeu nos últimos 10 anos,Portugal arde 17 vezes mais que esses 11 países.

Por outras palavras, e recordando-me do que alguém disse há uns dias, assim que se entra em Portugal, entra-se na terra dos incêndios. Está sempre a arder.

Dados:

nota: Malta e Chipre excluídos devido à pequena área destes.

Portugal, área ardida mapeada no EFFIS:

A nível de incêndios detectados, em Portugal ocorrem 4 vezes mais que o 2º (Itália), e, 26 vezes mais que os restantes 21.

Os dados não são novos, e deveriam ser impossíveis de ignorar. Mas é o que as continuas governações PSD e PS (com a ajuda da “oposição”) fazem, e que se aproveitam dos incêndios para alimentar toda a diversidade de negócios e favorecimentos que orbitam os incêndios portugueses.

Na realidade, não são apenas os partidos governantes que se aproveitam dos incêndios – serão dezenas de milhares de pessoas e entidades:

  • Ministérios
  • Municípios (mais de 308)
  • ANPC
  • INEM
  • Empresas de Meios aéreos
  • Empresas de manutenção dos meios aéreos
  • Bombeiros Voluntários
  • Bombeiros Voluntários (Equipas de Intervenção Permanente – ANPC)
  • Bombeiros Sapadores
  • GNR-GIPS
  • Sapadores Florestais
  • Empresas de formação de todos os anteriores
  • Empresas de venda de equipamentos de prevenção, combate e socorro
  • Empresas de venda de automóveis e camiões para combate e socorro
  • Empresas de modificação de veículos para combate e socorro
  • Empresas de certificação para todos os anteriores

Esta é a única razão porque cada vez arde mais. É um negócio. É O negócio.

Explica porque os incendiários continuam a não ser exemplarmente punidos – porque ajudam a “máquina” a manter-se em movimento.

Explica igualmente porque nunca um autarca é responsabilizado pelos “descuidos” na protecção civil municipal a seu cargo ou da incompetência dos funcionários públicos a seu cargo.

Explica porque o critério de admissão e manutenção de bombeiros praticamente não existe ou, tal como na ANPC, usa outras “ponderações” de qualificação.

Isto movimenta muitos milhares de milhões que já ninguém tem ideia da dimensão. Ninguém se arrisca em colocar este grande negócio, com o nosso dinheiro, em risco.

Ninguém consegue ir contra o monstro do Estado Social, que se auto-defende, auto-promove, e continuamente cresce, cresce.

03 de Setembro de 2019

Fonte: