A 3 de Junho de 2020 o Fórum Económico Mundial (FEM) anunciou a discussão sobre a necessidade de um Reset ou redefinição da economia à escala planetária. Segundo o FEM, “É urgente que as partes interessadas (stakeholders) globais cooperem na gestão simultânea das consequências directas da crise do COVID-19”. 

O FEM aponta para uma crise económica, política e social sem precedentes, em consequência do novo coronavírus. Já as medidas impostas em resposta à pandemia, e que seriam a causa material dessa crise inédita, não são referidas nos parágrafos de apresentação do evento. Tão-pouco é questionada a sua necessidade, grau e/ou extensão em que foram implementadas, segundo as recomendações de outro organismo internacional, a Organização Mundial de Saúde. 

Por enquanto, nada de muito concreto é anunciado, senão a afirmação perentória de que os actuais sistemas de finanças, saúde, educação, entre outros, são inconsistentes e não conseguem dar resposta aos problemas globais respeitantes às “vidas, meios de subsistência e ao planeta”. Assim, a grande crise que se adivinha é vaticinada como uma oportunidade para “moldar a recuperação” e redesenhar o que será “o futuro estado das relações globais, a direcção das economias nacionais, as prioridades das sociedades, a natureza dos modelos de negócios e a gestão dos bens comuns globais.”.  

Nas redes sociais, o tema tem sido bastante comentado e partilhado, multiplicando-se as análises feitas em diversos canais por vezes acusados de divulgar “teorias da conspiração”, como é o exemplo do canal Débora G. Barbosa, com mais de meio milhão de subscritores.

Com efeito, há muito que os chamados “conspiracionistas” sustentam que as elites financeiras e políticas internacionais se aproveitam das grandes crises económicas, sociais, climáticas, e de saúde pública, utilizando-as como meios com vista à implementação de uma sociedade de controlo científico-tecnológico e concentração do poder numa governação global – a qual não precisa de se expressar necessariamente num governo, mas numa confluência de organismos (ONU, FMI, FEM, OMS, BCE, entre outros) com o mesmo efeito. Algo que implicaria também a criação de uma moeda universal digital, rendimento mínimo e impostos comuns a todo o planeta