Um novo relatório do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças ( ECDC ) revelou que novos casos de sífilis na Europa dispararam recentemente, com um aumento de 70% desde 2010.
O relatório examinou casos de sífilis que foram comunicados em 30 países entre 2007 e 2017.
De acordo com o novo relatório, entre 2010 e 2017, as taxas da doença sexualmente transmissíveis mais do que duplicaram na Irlanda, Alemanha, Reino Unido, Islândia e Malta.
A sífilis, que é causada por uma bactéria, pode ter consequências graves para a saúde. Geralmente, aqueles que foram infectados vão primeiro sofrer uma ferida dolorosa que eventualmente desaparece. Após este sintoma inicial, os indivíduos podem desenvolver sintomas semelhantes aos da gripe e uma erupção cutânea. Se não for tratada, a doença pode resultar em neuro-sífilis – o tipo de sífilis que muitas vezes resulta em doenças mentais.
Mesmo depois de os sintomas diminuírem, a infecção pode durar décadas. A infecção pode aumentar o risco de transmissão do HIV e, em mulheres grávidas, pode levar a abortos.
O ECDC, com sede em Estocolmo, confirmou no seu relatório que os novos casos de sífilis ultrapassam agora o número de novos casos de HIV. De acordo com os dados, 25.353 pessoas foram diagnosticadas com HIV em 2017, em comparação com mais de 31.000 casos no ano anterior.
Andrew Amato-Gauci, chefe do programa ECDC para o HIV e doenças venéreas, comentou os dados dizendo: “O crescimento no número de infecções por sífilis que vemos na Europa e noutros países do mundo é o resultado de vários factores, como sexo sem preservativo e com múltiplos parceiros sexuais, combinados com menos medo de contrair o HIV”.
O estudo mencionou que o aumento de casos entre heterossexuais incluiu outros factores como o abuso de substâncias e “várias vulnerabilidades sociais como a pobreza, a falta de habitação, o estatuto de migrante ou refugiado”.
Os dados do relatório publicado também sugerem que os homens com idades compreendidas entre os 25 e os 34 anos são especialmente susceptíveis a serem infectados com a doença sexualmente transmissível em relação a outros grupos demográficos, como as mulheres e outros grupos etários. Os homens homossexuais foram citados no estudo como estando particularmente em risco.
Mas a sífilis não é a única doença sexualmente transmissível a apresentar um aumento na Europa. Em 2017, a Autoridade Sueca de Saúde Pública revelou que o país tinha testemunhado o maior aumento de sempre nos casos de gonorreia, continuando dolorosamente a inversão de uma tendência que quase viu a erradicação completa da doença.
Outras doenças que se acreditava terem sido erradicadas há muito tempo ou que eram totalmente alheias ao continente também registaram aumentos, principalmente devido à crise migratória actual.
Tuberculose, parasitas, sarna, doenças gastrointestinais e hepáticas, e até mesmo doenças tropicais carnívoras têm sido observadas nos últimos anos.
16 de Julho de 2019
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