Apoiante de longa data da causa de Julian Assange, o filósofo e linguista Noam Chomsky fala do poder como um “mestre que opera em segredo” e coloca em causa a vida dos cidadãos livres e independentes.

As audições do Processo de Extradição de Assange, que tiveram lugar no Tribunal Criminal Central (Old Baley, Londres) e terminaram a 1 de Outubro, deram aso a uma vasta recolha de evidências por parte da defesa. Contudo, “muitos testemunhos vitais nunca chegaram ao domínio público”, nas palavras de John Reese, da campanha Don’t Extradite Assange. Para compensar esse silêncio, a referida campanha está a divulgar esses testemunhos nas redes sociais.

O testemunho de Chomsky foi dirigido por escrito, a 30 de Setembro, à juíza Vanessa Baraitser. No vídeo, ao qual agora temos acesso, o próprio linguista lê em voz alta o seu impactante discurso. Aqui ficam alguns excertos:

“O ilustre cientista político e conselheiro do governo Samuel Huntington observou que os arquictetos do poder (…) precisam de criar uma força que pode ser sentida, mas não vista, o poder permanece forte quando permanece no escuro; exposto à luz solar, começa a evaporar.”

“As acções de Assange são acções que expõem o poder à luz solar, acções que podem fazer com que o poder evapore; caso a população agarre esta oportunidade de se tornar uma sociedade livre de cidadãos independentes, em vez de súbditos de um mestre que opera em segredo.”

Foto: Noam Chomsky e Julian Assange na Embaixada do Equador, a 25 de Novembro de 2014, disponível no Twitter do Wikileaks

O apoio de Chomsky à causa de Assange é de longa data, sendo ele uma das personalidades em destaque que dão a cara pela campanha Don’t Extradite Assange e sua luta pela liberdade de imprensa.

A decisão sobre o processo de extradição será tomada a 4 de Janeiro de 2021.