Duplos critérios na filtragem de alegadas “fake news” implicariam, por parte da rede social de Zuckerberg, um favorecimento da narrativa chinesa na troca de acusações sobre a causa da pandemia COVID-19.
Entre Março e Abril de 2020, o Facebook aplicou o seu já habitual filtro de censura a vários conteúdos noticiosos e informativos provenientes de meios ocidentais, não só da mídia alternativa ou anti-sistema mas até de canais mainstream. Um exemplo disso foi o vídeo da RAI (ver a partir do min. 04:55), datado de 2015, sobre o programa de manipulação laboratorial de coronavírus por parte de cientistas chineses – relativamente ao qual a própria TV italiana sentiu obrigação de se retratar (ou autocensurar).
Entre outros exemplos está também o documentário do Epoch Times “Tracking Down: The Origin of Wuhan Coronavirus”, o qual remete a origem do SARS-CoV-2 aos laboratórios de Wuhan. Por fim, nem o Prémio Nobel da Medicina, Luc Montagnier, escapou ileso à mordaça facebookiana, que logo aplicou o seu filtro de “fake news” à entrevista que deu ao site francês Pourquoi doctor?, já que a sua opinião de virologista nobelizado igualmente contradizia a tese oficial da origem espontânea do vírus. Alguns destes conteúdos podem ainda ser vistos sem filtro, em páginas em que este não tenha sido aplicado, talvez por não terem sido detetados ou o autor da página ter reclamado do lápis azul da rede social.
As agências do sistema e suas justificações
Para justificar o controlo da informação, o Facebook usa agências de “fact-checking” geralmente ligadas a jornais da imprensa dominante ou com uma linha editorial em consonância com as narrativas oficiais da mesma, como por exemplo o Washington Post, o Le Monde, a Folha de São Paulo (Lupa), o Polígrafo ou o Observador.
No que respeita as justificações apresentadas pelo “fact-checking” – ou “opinion-checking”, para aqueles que denunciam o trabalho destas agências como mais uma fraude jornalística da Grande Mídia – cada um poderá julgar por si.
Dois pesos e duas medidas: mesmas regras não se aplicam à alegada desinformação chinesa
Como podemos verificar, todos os referidos conteúdos censurados têm um ponto comum. A responsabilização da China e, em particular, do Partido Comunista Chinês pela origem e disseminação do novo coronavírus parece ser a narrativa proibida.
Movidos pela curiosidade, seguidores do Notícias Viriato resolveram publicar a narrativa inversa – a qual, ao invés, acusa os EUA e o ocidente de serem os causadores da pandemia – e ver se esses vídeos e notícias também seriam objeto de filtragem do Facebook.
A resposta é simples: NÃO. A versão anti-ocidental parece poder circular à vontade sem trazer qualquer incómodo à rede social. Como podemos constatar (ver abaixo) os prints enviados ao Notícias Viriato apontam para um favorecimento, da parte do Facebook, das narrativas russas e chinesas nesta guerra de informação.
O Notícias Viriato congratula-se por, nestes últimos casos (narrativas chinesas), a censura não ter sido aplicada. Falta agora aplicar os mesmos critérios de liberdade a todos e não só a alguns.
Eu vou encerrar a conta. Aquilo é um antro de incúrias e de violação da Liberdade de Expressão.
A POLÍTICA DO FACEBOOK EM RELAÇÃO AOS BLOQUEIOS DAS PUBLICAÇÕES DEIXA MUITO A DESEJAR…