Eu vejo esta sociedade cada vez mais a trocar valores morais, de respeito e de união por modas, por grupos, por teatros. Eu tenho meramente 14 anos, mas a verdade é que vejo como é que está a acontecer a destruição do mundo. Onde a tolerância é fachada. Onde a violência é premiada. Onde tudo o que é fora da carneirada é mal visto e marginalizado.

Prova disso é que há dias atrás ouvi dizer na rádio que existe um género “vegansexual” o que significa ter só e somente relações com quem não come carne. Isto é o cúmulo!

Onde é que isto já vai?! Por comer carne já não me posso relacionar com todas as pessoas. Então uma escolha alimentar define a maneira de ser de outra, e condiciona os seus relacionamentos…

Antes que pensem que eu sou anti vegetarianos, não sou. Acho que cada pessoa é livre de fazer as suas escolhas alimentares. Mas também agradeço que não me digam compulsivamente a vossa dieta e que não censurem a minha, nem me obriguem a comer como vocês. É simplesmente liberdade de expressão e de acção.

Eu como carne, e não vejo porque é que hei de deixar de comer. Embora eu já esteja um pouco cansada do sabor da carne, eu tenho que continuar a comê-la. Eu não consigo tornar-me vegetariana por questões financeiras. Temos que admitir que a carne vermelha é muito mais barata que um prato de peixe ou de outros substitutos. Lá vêm os vegans dizer que o substituto da proteína pode ser a quinoa, os frutos secos e leguminosas acompanhados com arroz integral. Eu deduzo que sejam pessoas com posses para poderem comprar isto tudo, pois não é acessível a muitos bolsos, incluindo o meu.

Eu irei continuar a ser marginalizada da sociedade, porque digo que é preciso comer carne. E é mesmo. Caso se metam nestes extremismos anti carne, irão ter insuficiência de Vitamina B12. Pode parecer que é uma simples vitamina, mas esta quer em falta ou em excesso afeta profundamente o sistema neurológico e os níveis hormonais. Outra coisa, a carne de porco/vaca devia de continuar a ser comercializada, visto que é um meio natural de controlar a anemia.

Agora nas cantinas públicas apostam na obrigatoriedade da dieta vegetariana, por supostamente ser mais saudável. Mas eu questiono-me se realmente não seria melhor uma alimentação mediterrânica, onde também existem bastantes vegetais e leguminosas. Podia-se e devia-se promover a dieta mediterrânica que é tradicionalmente a nossa dieta.

Estes são os motivos pela qual nunca irei deixar de comer carne. Não obstante, a verdade que omitem e que ninguém se questiona. A sustentabilidade do vegetarianismo.

Embora não emita gases tóxicos para o planeta, não deixa de não ser sustentável.  

Eu explico.

Para alimentar esta gente toda (caso o vegetarianismo seja a norma) teriam que transformar muitas florestas e espaços verdes em campos agrícolas. Sim, isso também ia acontecer na rica Amazónia. Ou seja, o planeta não consegue alimentar tanto vegan. Passaríamos fome e miséria porque não há espaço para uma alimentação exclusiva de vegetais.

Outro reparo, se as pessoas deixarem de comprar carne, a produção de carne acaba. Os animais extinguem-se, visto que ninguém vai fazer produção de vacas por adoração, pelo menos em Portugal. Estes mesmos vegetarianos que não querem produção de carne mas depois querem a produção de estrume para adubar. Eu deduzo que eles saibam que não é pelo facto de não se consumir carne que os animais não vão emitir os gases.

Já que para esta sociedade tem que se ser alguma coisa, não basta ser uma pessoa, eu digo que sou vegetariana em 2º grau (aquele que come animais herbívoros).

Elsa Vivo

O Meu Estar – Um blogue de opinião e crítica política e social . Feito por uma jovem de 14 anos.