Entre os nomes polémicos apontados por Joe Biden para uma futura presidência está Antony Blinken, para o cargo de Secretário de Estado e responsável pelas relações externas. Com efeito, Blinken foi o ex-Conselheiro de Segurança Nacional e ex-Subsecretário de Estado da Presidência Obama, uma das mais belicosas da história dos Estados Unidos da América. 

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Biden e Obama cumprimentam as tropas em retirada do Iraque, em 2011, após 8 anos e 8 meses de guerra e ocupação do território.

Em apenas 8 anos, entre 2008 e 2016, a Administração Obama bombardeou 7 países, incluindo Iraque, Afeganistão, Paquistão, Somália, Iémen, Líbia e Síria. E em 2016 apenas, lançou 26.171 bombas. Deu apoio político e militar ao Exército Livre da Síria, entre outros grupos rebeldes, cujo extremismo e ligação ao terrorismo se tornou cada vez mais patente ao ponto de se juntarem ao ISIS, após terem sido formados e armados pelos EUA. Com efeito, o governo de Obama apoiou e ajudou a própria Al Qaeda e ISIS a estabelecerem-se e a crescer no leste da Síria, segundo um relatório secreto (entretanto, tornado público) do Centro de Comando dos EUA no Iraque

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Antony Blinken – assinalado com um círculo vermelho – com Biden, Obama e Hillary Clinton, na Situation Room. Operação Neptuno (2011), captura de Osama Bin Laden.  

Em 2011, Antony Blinken apoiou a invasão militar na Líbia e, mais tarde, foi “uma das peças-chave do governo americano no delineamento da política para a Síria”, bem como uma voz activa na promoção do treino e armamento das já mencionadas forças rebeldes. Em 2014, apoiou o bombardeamento de Gaza, por Israel. E em 2015, o fornecimento de armas à Arábia Saudita e consequente bombardeamento do Iémen que, em apenas 15 dias, já havia resultado em 550 mortos (entre os quais, 74 crianças) e 100 mil desalojados. O passado belicoso de Blinken remonta aliás, aos tempos da Administração Bush, enquanto consultor do então Senador Joe Biden, em 2002, tendo-lhe recomendado o voto pela aprovação da invasão do Iraque.  

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Avril Haines, de pé, ao centro. À sua direita, a Conselheira de Segurança Nacional, Susan Rice. À sua esquerda, a Conselheira da Homeland Security, Lisa Monaco. Em reunião com Barack Obama, em 2015.

Outra escolha polémica foi a de Avril Haines, para Directora dos Serviços Nacionais de Inteligência. Após suceder a Blinken, enquanto Conselheira de Segurança Nacional, Haines trabalhou conjuntamente com o ex-Conselheiro Chefe para o Contra-Terrorismo, John Brennan, ambos durante a Administração Obama, na elaboração das políticas de “ataques direccionados” por drones; os quais resultaram em 90% de mortes inocentes.  Haines é também membro do Center for a New American Security (CNAS), um Think Tank que recebe financiamentos que vão desde a indústria aeroespacial e armamento, como a Northrop Grumman, à Goldman Sachs, Facebook, Google, Amazon, Rockefeller Brothers Fund e Gates Policy Initiative.

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Michèle Flournoy, co-fundadora da CNAS e da WestExec Advisors, organizações relacionadas com defesa e armamento.

Também com estreitas ligações à indústria de guerra, surge Michèle Flournoy, co-fundadora do CNAS e da WestExec Advisors. Esta última organização foi inteiramente fundada por ex-cargos oficiais da Administração Obama, entre os quais, Antony Blinken, e conta nos seus quadros com o ex-Chefe de Equipa das Forças de Defesa de Israel, Gabi Ashkenazi . No passado, Flournoy delineou as políticas de intervenção no Afeganistão e persuadiu o então Presidente Obama a intervir militarmente na Líbia. Agora, é também um possível nome apontado ao eventual governo de Biden.