Considerado o “pai da linguística moderna”, Noam Chomsky é um dos pioneiros da linguagem de programação e computação que se desenvolveu sobretudo na segunda metade do século XX. Em termos políticos, considera-se um socialista libertário, tendo sido um crítico acérrimo do autoritarismo tanto de esquerda como de direita.
Uma das principais obras do autor intitula-se Manufacturing Consent: The Political Economy of the Mass Media (1988), escrito em conjunto com E.S. Herman. A Fabricação do Consentimento é, deste modo, uma denúncia e ao mesmo tempo uma descrição pormenorizada da forma de actuação e as técnicas de manipulação utilizadas pelos grandes media – em Portugal representada, sobretudo, pelas principais cadeias de televisão (SIC, TVI, em certa medida a RTP) e imprensa escrita (Expresso, Público, Observador).
Neste dia de 5 de Janeiro, o mesmo em que foi fundado um dos mais infames partidos da história (o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, 1919), o Notícias Viriato recorda o modelo científico de Noam Chomsky sobre as técnicas de propaganda dos media com vista à manipulação das massas, o qual consiste em 5 pontos fundamentais:
1. Dimensão, propriedade e lucro. As cadeias de media são, antes de mais, empresas que visam agradar aos seus accionistas. Os accionistas investem o seu capital na tecnologia de informação e comunicação de massas para influenciar as audiências. Os espectadores estão convencidos de que são os clientes da imprensa, mas de facto eles são o produto. A verdadeira clientela da imprensa são os investidores e sua rede de interesses, o produto é o consentimento das massas.
2. Licença de publicidade. A principal receita dos media é a publicidade. Deste modo, a mente dos espectadores é vendida aos investidores publicitários; não só em troca de um lucro imediato, mas de um parâmetro mental e emocional que os mantém fiéis a um estilo de vida subjugado às principais companhias que investem em publicidade. Mais relevante ainda é o facto de os investidores publicitários passarem, na prática, a ser os concessores de licenças sobre o que se diz, o que não se diz e como se diz (neste campo entram em jogo a psicologia e técnicas de propaganda).
3. Fontes de notícias. Não só as grandes corporações como as diversas entidades públicas e da sociedade civil contribuem para a sobrevivência dos media (através de financiamentos ou networking). Assim, a burocracia que serve essas mesmas entidades torna-se a fonte das notícias, entre outras narrativas, que têm como objectivo persuadir as audiências (produto), por meio da imprensa (vendedor), no sentido de agradar às entidades patrocinadoras (clientes) – lobbies, fundações, Estados, organizações e movimentos político.
4. Represálias. Os media que não entram no jogo podem sofrer represálias, desde o corte de subsídios e publicidade à difamação e má-fama.
5. Guerra. A mentalidade de conflito é essencial à manipulação das massas, é preciso escolher um inimigo e mobilizar a sociedade contra ele. Por exemplo, a ‘guerra contra o terrorismo’ instala o medo e persuade as massas a aceitar medidas que em condições normais nunca aceitaria (perda da privacidade, indiferença perante acções militares injustas, etc.).
A obra pode ser adquirida em livrarias portuguesas ou encomendado online.
que saudades
https://rumble.com/vdrp6v-lets-keep-this-videos-viral-through-out-the-impeachment-where-twitter-cant-.html
O Chomsky é um anarquista socialista, vocês são incoerentes
Muito bom, este vídeo explica mais em detalhe quem quiser ver https://www.youtube.com/watch?v=0iQntWhLnho
E, quem é que, entre a população mais sábia (e agora, com esta história do vírus) não se apercebeu já de que, os média de massas são controlados e manipulam as suas massas?
Este conhecido autor não está realmente a denunciar nada, ou a fazer algum dano ao Sistema que diz ser contra.
Pois, inclusivamente, quem o vai ler são pessoas que se preocupam com a sociedade em que vivemos e que, mais tarde ou mais cedo, chegariam lá por si próprias – isto é, tirariam também estas conclusões – se tiverem inteligência e capacidade de reflexão suficientes para tal.
O que Chomsky faz, são críticas óbvias (para quem seja politicamente mais consciente) para se fazer passar por crítico “anti-sistema” e depois criticar quem queira realmente fazer importantes denúncias ou mudar as coisas.
(Querem saber como são, muito mais elaborada e seriamente, manipuladas as massas, pelos vários meios de comunicação? Leiam um livro traduzido para português – mas agora, apenas disponível em segunda mão – sobre “O Instituto Tavistock” que foi escrito pelo ex-agente do KGB, Daniel Estulin, cujo primeiro livro em Portugal foi censurado por ordem do Pinto Balsemão.)
Elaborando sobre o que quero eu dizer com isto, posso acrescentar que,
Como socialista libertário (eu verdadeiro) que fui, durante muitos anos, é minha profunda convicção (por razões várias, que incluem a aplicação do próprio ideal libertário – mas, falarei apenas do que toca às suas denúncias sociais) que Noam Chomsky se trata de um caso de “oposição controlada”.
Isto é, que esta conhecida figura (que tenta ser uma espécie de líder intelectual não declarado de muitos activistas e supostos anarquistas) é alguém que se faz passar por “anti-sistema” mas que, na verdade, está a jogar a favor do próprio Sistema – numa aplicação prática da máxima de Lenine de que: “A melhor maneira de controlarmos a oposição é sermos nós próprios a liderá-la.”
Quem é verdadeiramente “anti-sistema” não é repetidamente promovido pela imprensa controlada pelo próprio Sistema. Pelo contrário, tal como os autores desta publicação “Notícias Viriato” começam a aprender, é apenas ignorado ou se necessário difamado (consoante a sua visibilidade) por esta imprensa controlada.
E, o facto de Chomsky ter recentemente apoiado Hillary Clinton para a presidência (Secretária de Estado co-responsável por várias guerras imperialistas, que gozou até com a tortura e morte de Qaddafi) e chamado aos republicanos “negacionistas das alterações climáticas”, deveria ser suficiente para começar a abrir os olhos aos politicamente mais conscientes.
(Juntem a isto, o facto deste filósofo dizer que não é importante saber quem é que assassinou John F. Kennedy ou quem é que realmente cometeu os atentados de 11 de Setembro – e até mesmo que existem “imensas provas” de que a Administração Bush “não esteve envolvida” nos últimos – e, se souberem já alguma verdade sobre estes últimos acontecimentos, deverão soar alarmes na vossa cabeça.)
E, isto tudo para dizer que,
Talvez queiram espreitar um vídeo, por enquanto, ainda disponível no YouTube, intitulado “Meet Noam Chomsky, Academic Gatekeeper” – produzido por James Corbett, autor do conhecido sítio na Internet “The Corbett Report”.
Fernando,
Nem mais, para a maioria do que ele aponta, basta ter o mínimo de inteligência e o mínimo de desconfiança nas instituições imaculadas nas quais qualquer desconfiança expulsa o indivíduo do debate público (e.g. escola, democracia, imprensa, ONU, bancos centrais).
O Corbett tem um documentário excelente acerca do FED que por muito tempo era o primeiro resultado no youtube quando se procurava por “Federal Reserve”.