Ora, enquanto preparo a sequela do meu artigo sobre o aborto e um próximo artigo acerca da eutanásia decidi tecer algumas linhas a respeito da direita eleita no Parlamento no dia 6 de outubro. Vou deixar (só por agora) a Iniciativa Liberal (por quem tenho alguma simpatia e ao mesmo tempo alguma desconfiança…) e o Partido Social Democrata (o maior partido da direita, que nem sempre está realmente à direita). Escreverei acerca da IL quando o próximo presidente for eleito (parabéns Carlos Guimarães Pinto pela formidável campanha, quem fala assim não é gago), e acerca do PSD quando o maior groupie de Costa, Rui Rio, for destronado por Luis Montenegro (o mais conservador), Miguel Morgado (o mais carismático) ou Miguel Pinto Luz (o mais reformista). Por hoje resumirei o meu texto ao meu (CDS)-PP e ao Chega.
Ai meu Deus, o Chega
Da direita moderninha à extrema esquerda supostamente engraçadinha muitos têm sido os que se têm se levantado em espírito de revolta contra a chegada do Chega. Tal como espumaram com a eleição de Trump e Bolsonaro agora também têm pesadelos molhados com André Ventura e o suposto reaparecimento do fascismo, da extrema direita, etc, etc, etc. Não chateia aquela malta que existam no mesmo parlamento 32 deputados da extrema esquerda, inclusive 2 partidos que recentemente se opuseram à condenação do estalinismo (uma das magnificas formas do comunismo) pelo parlamento europeu. Nem chateia que a deputada do Livre se declare de esquerda “para lá de radical” com ataques claros a símbolos da nossa pátria como a nossa história e a nossa bandeira. Não, o que importa para os modernos bobos da corte são as prisões perpétuas para assassinos e pedófilos ou o desmame da comunidade cigana. Disse isto no meu último texto e repito, tenho ascendência cigana e conheci poucas pessoas mais abertamente vorazes contra as ciganices de muitos destes parasitas da sociedade como os meus familiares, gente que, ao contrário da maioria da comunidade cigana em Portugal, não tem o Senhor Jesus na boca com o RSI no bolso e a droga na carrinha. Como orgulhoso descendente de gente humilde e honesta de ambos os lados da família, ciganos e caucasianos, não tenho razão alguma para falar bem de gente que mancha o nome cigano, um nome que também é meu. Para mim com ou sem o tom humorístico os respeitáveis comentadores, artistas e analistas da sociedade portuguesa deram mais um passo em falso ao escolher mal o alvo. A bem da verdade não têm assim muito que atacar o programa do Chega a menos que vivam de subsídios/subvenções ou sejam criminosos. Não há como tentar ridicularizar um licenciado em Direito pela Universidade Nova de Lisboa com 19 valores, doutorado com a classificação máxima em Direito Público pela University College de Cork, na Irlanda, professor auxiliar da Universidade Autónoma de Lisboa e professor convidado da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, com vários artigos científicos publicados e fluente em inglês, espanhol, francês, árabe e hebraico. Mas eu entendo, é fixe falar no papão da extrema direita. Falar na extrema esquerda já não dá tantos seguidores ou tachos. Não era suposto eu ter de explicar que 1 deputado da suposta extrema direita não é o mesmo que os 32 deputados da extrema esquerda. Não era suposto eu ter de explicar que André Ventura, um licenciado em direito e com um currículo maior que as suas belas poesias, análises, comentários, ilustrações e outras coisas belas que raramente dão um rendimento que não o dos papás não é nenhum obtuso, não estou de acordo com tudo o que ele diz e defende, não votei nele mas em um país tão enviesado é sempre interessante ver uma voz dissonante especialmente quando ele é alvo de pretensa chacota dos intelectuais isentões de sempre. É sempre assim, ridicularizam a figura, ignoram o sentimento de revolta que está por trás da figura e depois claro, assustam-se na hora da verdade e gritam por socorro porque ressuscitou o papão. Isenção não é fixe, ela é fraca, é inútil e é patética.
(CDS)-PP, à nossa direita já não está a parede.
Sou orgulhosamente militante da JP e do CDS-PP. Entrei acreditando nisto: A casa de quem é abertamente de direita (democrata-cristão, conservador e/ou liberal) é o CDS-PP. Sempre estivemos na luta para que em Portugal existisse pelo menos uma opção não socialista. Sempre defendemos a Vida como bem supremo, a subsidiariedade do Estado, a soberania do Nação, a liberdade e a dignidade de todo e cada um dos portugueses. Sempre estivemos com os Davides (os empreendedores e as famílias) contra o Golias (os corporativistas e o aparelho estatal socialista). Sempre estivemos aqui para defender a iniciativa privada, o livre (mas atento) mercado, o empreendedorismo e a meritocracia. Sempre fomos a minoria pela minoria (o individuo) e sempre estivemos firmes e fervorosos à direita.
Ou talvez nem sempre, vou ser direto, Assunção Cristas, com seus laivos progressistas e socialistas, foi o pior que podia acontecer ao partido. Ela, envolta de uma elite de betinhos moderninhos da direita Haddad, diluiu a matriz do partido e conduziu-o ao sabor do vendo como uma verdadeira populista tentando agradar a gregos e a troianos. Eu não sei o que ela queria dizer com “ao centro e à direita”, mas olhando para os resultados concluímos facilmente que não alcançámos nenhum centro e perdemos a direita. Não há aqui nenhum espaço para críticas ao Chega, o Chega tem o seu lugar e eu não escondo que me congratulei em ver a eleição de André Ventura só pelo gosto do contraste entre o sorriso de orelha a orelha de André Ventura e a CARA DE TACHO de Assunção Cristas. Expliquem-me lá com muito jeitinho como é que é possível que a senhora se desse ao luxo de afirmar que trabalhava para que o Chega não elegesse ninguém, isto era discurso de um líder de direita convicto e confederador ou discurso de alguém assustado com o facto de o eleitorado lhe estar a escapulir das mãos? Digam lá. Não estou a dizer com isto que não gostei do programa eleitoral do CDS, nem que o próximo presidente deva comentar os jogos do Benfica na CMTV, não é nada disso, nem tem que ser, o CDS-PP tem uma história de bravura, de resistência e resiliência.
O próximo líder do meu partido terá que ser alguém que não julgue que a nefasta ideologia de género “não é um tema importante”, terá que ser alguém que seja capaz de dizer que com todos os defeitos de Bolsonaro (filho a embaixador, a sério?) é melhor votar nele e acabar com o domínio da extrema esquerda petista e corrupta do que não votar (no Brasil quem não vota paga multa), terá que ser alguém que seja um soberanista, nunca um federalista, que seja convicto, coerente e capaz! Já basta de betinhos que só são gente grande fingindo ser de direita atacando todos os que à sua direita estiverem! E por favor, um líder que não confunda a economia social de mercado com socialismo beato nem confunde o resgate da Troika com laivos neo-liberais. Neo-liberais uma ova minha gente, estamos cercados de neo-socialistas e neo-comunistas disfarçados de social-democratas (um dia escreverei sobre a social democracia à portuguesa). Não precisamos de um trauliteiro nem de um reacionário. Basta ao CDS-PP um líder da Direita Democrática Não Socialista – Partido Popular. Entenderam a mensagem? Nada de camaradagem com a Fenprof nem de pagar para entrar na faculdade, nada de passadeiras pintadas de outras cores, nada de andar a querer expulsar partidos do PPE, nada de centralizar a campanha no seu líder munido de resultados autárquicos… ou de qualquer outra coisa. O CDS-PP não está nos cuidados paliativos e dispensa a eutanásia, o que eu quero mesmo é uma purga. Uma renovação. “É necessário nascer de novo.” É necessário assumir a derrota, assumir o fracasso de termos abandonado as bases de não termos de facto ouvido Portugal e de não termos conseguido dialogar entre as diferentes alas, é necessário ter convicção, mas nunca soberba que sempre antecede a queda. O CDS-PP não pode ser o partido que coloca homens valorosos, dignos e valentes como Manuel Monteiro em águas de bacalhau correndo o risco de se assumirem como parte do problema de que Manuel Monteiro sempre avisou, temos um sistema político enviesado, corrupto, opaco e ameaçador.
Em janeiro vou a Aveiro, pelo meu partido, pela minha cidade e estrutura local, mas sobretudo pelo meu país. Acredito no fim da hegemonia da esquerda e na erradicação (usando o debate e a veracidade dos factos) da extrema esquerda. Acredito que por fim vencerá a vida e a liberdade. Acredito na Direita (que se assume como tal), acredito no meu PP, o meu partido, democrata-cristão, conservador e liberal. Acredito que por fim os valores falarão mais alto do que os preços e os ideais mais alto do que os interesses.
Acredito no próximo líder do PP, longe da cúpula de Cristas e do seu centro que nada é e vazio está, acredito nisso.
Por Deus e pela Pátria eu acredito.

Ângelo Lima, 25 anos
Administrativo na Área da Saúde
11 de Novembro de 2019