Procurei abster-me em relação à actual onda de indignação gerada pela questão da exploração humana e mão-de-obra escrava na região de Odemira. Infelizmente, é-me impossível ficar indiferente a este debate porque parecem estar a ser propositadamente esquecidos alguns pontos fundamentais para a compreensão e resolução deste problema.
Em primeiro lugar, importa referir que, há cerca de três ou quatro anos, foram grupos nacionalistas e identitários que primeiramente alertaram para as condições desumanas em que inúmeros ilegais estavam a viver e a trabalhar naquela região de Portugal. Na altura, esses grupos foram apelidados de “racistas”, “xenófobos”, “fascistas” e de outros nomes que visavam o seu silenciamento e respectiva demonização pública.
Conforme podemos perceber ao longo dos últimos dias, o problema de Odemira só se tornou “real” quando começou a chocar com os interesses pessoais, essencialmente materiais, dos democratas liberais e da esquerda caviar. Precisamente, os mesmos hipócritas que usam de forma sistemática as bandeiras do “racismo” e da “discriminação” como armas políticas apontadas contra os portugueses e a sociedade portuguesa. Talvez as pessoas consigam agora compreender o quão falsas são as boas-intenções dos profissionais do activismo progressista que mais não fazem do que capitalizar a exploração do sofrimento alheio e retirar dividendos políticos da desestruturação da nossa sociedade.
Vítimas das redes de angariação, aqueles imigrantes ilegais − colonos do capital, protegidos pelo falso humanitarismo da esquerda −, são aliciados nas suas pátrias com a falsa promessa de um “El-Dorado”. Por sua vez, as populações locais jamais são consultadas sobre a fixação desses pequenos exércitos que ocupam as suas vilas e freguesias. Estamos a falar de uma imigração de substituição, prevista pelas Nações Unidas, tendo em vista o favorecimento da economia global e que acelera a destruição das nossas comunidades locais e respectivas identidades. Desta maneira, os portugueses passam também a ser vítimas desta situação e, contrariamente ao que algumas pessoas poderão dizer, estes escravos do capital não chegam ao nosso país para levar a cabo os trabalhos que os portugueses não querem fazer. Eles vêm enganados, para trabalhar como escravos, em condições humilhantes, sem quaisquer dos direitos laborais conquistados pelos portugueses.
Por muito má que possa ser a nossa legislação, não serão precisas grandes teorizações jurídico-filosóficas para resolver este problema. A nossa lei integra ferramentas suficientes que asseguram o combate aos crimes de exploração humana, escravatura e imigração ilegal que ocorrem, não só no Alentejo, como noutras regiões de Portugal, como é o caso do Douro. Assim, falta apenas a coragem política, algo que há muito desapareceu da práxis governativa nacional.
A única solução humana e socialmente aceite para este problema passa pelo imediato repatriamento destas pessoas e o consequente julgamento de todas as partes envolvidas nestes crimes, desde as redes de imigração ilegal, exploradores de mão-de-obra escrava, aos próprios políticos − tanto locais, como da administração central − que há muito sabiam do que tem vindo a acontecer em certas regiões do território português.

“… direitos laborais conquistados pelos portugueses” já eram …
ha mais de dez anos atrás um amigo foi a uma entrevista numa “grande” organização e disseram-lhe : “entras às oito e meia e sais quando o trabalho acabar”.
É extraordinário como “as conquistas de Abril” passaram à história tão rápida e subrepticiamente, encorajados por governos que mais não fizeram que agarrar-se ao poder, agradando às tais “grandes corporações”, de quem dependem.