Neste fim-de-semana, de 14 e 15 de Novembro, estão planeadas três manifestações em Lisboa contra o novo Estado de Emergência e o recolher obrigatório.
O Estado de Emergência proposto pelo Presidente da República, e aprovado pelo Parlamento, com os votos a favor do PS, PSD e CDS, votos contra do PCP, PEV e IL, e a abstenção do BE, PAN e CHEGA, levou a medidas como o recolher obrigatório em mais de 190 concelhos, sendo proibida a circulação na via pública entre as 23h00 e as 05h00 em dias de semana e a partir das 13h00 aos Sábados e Domingos.
O descontentamento contra estas medidas tem vindo a aumentar, com protestos no Porto, no Bairro Alto, e agora mais três em Lisboa, que já contam com mais de 1500 participantes previstos.
A “Marcha pela Liberdade”, criada por José Maria Álvares e a “Não! Não são vocês que mandam!”, criado por empresários da restauração de Lisboa, vão se realizar este Sábado pelas 12h, a primeira começando no Marquês de Pombal, e a segunda no Rossio, depois juntado-se as duas até à Praça do Comércio.

José Maria Álvares, organizador da “Marcha pela Liberdade”, defende que esta é “última facada nas costas dos empresários e trabalhadores portugueses” e que decidiu criar a manifestação depois de receber “inúmeras mensagens de pessoas desesperadas com toda esta situação: irão ser encerrados aqueles restaurantes, hotéis, lojas, fábricas, toda a cadeia produtiva e todo o tipo de empresas que, depois de meses de sacrifícios e de luta para se manterem abertos, não resistirão a mais um encerramento forçado da sua atividade.”
Álvares também refere que “foram bastantes os constitucionalistas que nestes últimos meses e principalmente depois destas últimas medidas do governo manifestaram-se contra a maneira que estas mesmas imposições nos foram impostas: um desrespeito total e violação dos procedimentos e os direitos básicos de qualquer estado dito democrático, isto tudo com o aval político do Presidente da República.”

“A pandemia é real mas… a fome também o É!”, alertam os organizadores da manifestação “Não! Não são vocês que mandam!”. Criado por empresários da restauração de Lisboa, opõem-se às medidas de recolher obrigatório que reduzem o horário de funcionamento dos restaurantes, durante a semana, mas especialmente ao fim-de-semana, onde têm que fechar às 13h.
“Somos cidadãos comuns unidos por uma luta comum. Lutamos pela sobrevivência dos nossos negócios, lutamos pela sobrevivência da economia, lutamos por todos e cada um dos nossos trabalhadores, pelas nossas famílias, lutamos pelas pessoas, pelo país.”
No Domingo, a manifestação “Gerações à Rasca”, criada pelo Movimento Cumprir Portugal (MCP), irá começar pelas 11h30 no Marquês de Pombal, seguida de uma marcha até à Praça do Duque de Saldanha.
O MCP, fundado por João Tiago, numa comunicação à imprensa defende que “o novo estado de emergência promete lançar para a miséria ou para a dependência de subsídios largas franjas da nossa comunidade, em especial dos mais jovens e dos que vivem da restauração, do turismo, dos serviços, que voltarão a depender do dinheiro e do trabalho dos outros”.