
Uma petição que inclui proponentes como Dom Duarte de Bragança, António Barreto, António Carmona Rodrigues e António Tânger Correia, acusa a Câmara Municipal de Lisboa de “talibanismo cultural” e exige a suspensão do projecto de renovação da Praça do Império que implica a remoção dos brasões florais, históricos e ultramarinos, representados no jardim da Praça.
“A exclusão e a perseguição ao passado são incompatíveis com toda a ideia de civilização. São, ainda, incompatíveis com a democracia e com as liberdades que lhe dão alma. Apagar uma forma do passado – seja um templo, uma pintura, uma estátua, a toponímia, um livro ou uma voz – é um acto de barbarismo cultural. É uma manifestação de imaturidade democrática. É arrogante e prepotente. As alterações que a Câmara pretende impor à Praça do Império em nada virão a enriquecê-la. Infelizmente, para mal da nossa Lisboa, os promotores do projecto não compreenderam o espírito do espaço, e muito menos o que ela representa – para a Cidade, para Portugal e para o Mundo.”, lê-se no texto da petição que, no momento da redacção desta notícia, tem mais de 800 assinaturas.
“A Câmara começou por alegar, para justificar a destruição de símbolos nacionais que a ideologia a leva a detestar, que para a manutenção dos brasões não haveria mão-de-obra capaz, ou dinheiro. O absurdo manifesto deste argumento ficou à vista de todos quando a Junta de Freguesia de Belém publicamente se disponibilizou para suportar as despesas relativas aos canteiros“.
De acordo com a petição, a destruição dos brasões não é apenas “uma inocente preferência estética”, mas ”uma cruzada odiosa” e “fanática”, dizendo que “o gabinete de José Sá Fernandes, então o vereador responsável, confirmou que o problema com os brasões é que ‘estão ultrapassados’ e que ‘não faz sentido mantê-los’”. O texto acrescenta que foi “encomendado um projecto de reformulação global da praça com o propósito claro, indisfarçável e puramente ideológico de remover os brasões, em particular os que aludem ao antigo Ultramar português, num acto de lastimável talibanismo cultural”.
Os três primeiros proponentes e organizadores da petição são membros da Associação Nova Portugalidade.

No final da petição lê-se: “Propomos: Suspender o actual projecto para a renovação da Praça do Império e promover um projecto de reabilitação que não preveja alterações formais e conceptuais, valorizando toda a estrutura existente e preservando-a integralmente para o futuro, incluindo todos os brasões florais, históricos e ultramarinos, lá representados. A Praça do Império é um espaço privilegiado na relação de Lisboa com o Rio e de Portugal com o Mar e o Mundo, vocação que nos caracterizou ao longo dos séculos como povo construtor de Estados e da ideia de fraternidade entre povos a que, com justo título, chamamos Portugalidade. Assim deve manter-se, para os portugueses de hoje e de amanhã.”
Lista Completa dos Proponentes da Petição:
Rafael Pinto Borges – Politólogo. Presidente da associação Nova Portugalidade;
Miguel Castelo Branco – Técnico Superior do Estado. Presidente da Casa dos Vinte e Quatro da Nova Portugalidade;
Pedro Formosinho Sanchez – Arquitecto. Vice-presidente da Nova Portugalidade;
Alexandre Franco de Sá – Professor universitário;
Aline Gallasch-Hall de Beuvink – Professora universitária. Deputada Municipal em Lisboa pelo PPM;
António Barreto – Professor universitário. Ministro da Agricultura do I Governo Constitucional;
António Bagão Félix – Economista. Ministro da Segurança Social e do Trabalho do XV Governo Constitucional. Ministro das Finanças do XVI Governo Constitucional. Ex-deputado à Assembleia da República pelo CDS-PP;
António Carmona Rodrigues – Engenheiro e Professor. Ministro das Obras Públicas, Transportes e Habitação do XV Governo Constitucional. Ex-presidente da Câmara Municipal de Lisboa;
Pe. António de Oliveira Colimão – Sacerdote católico, Fundador da Associação de Fraternidade Damão-Diu;
António Tânger Correia – Embaixador de carreira. Velejador olímpico. Vice-presidente do partido Chega;
Diogo Moura – Gestor cultural. Presidente da Concelhia de Lisboa do CDS-PP e Deputado Municipal;
Dom Duarte Pio de Bragança;
Fernando Larcher Nunes – Professor universitário;
Fernando Ribeiro Rosa – Jurista. Presidente da Junta de Freguesia de Belém;
João Micael – Especialista em Protocolo, Presidente da Matriz Portuguesa – Associação para o Desenvolvimento da Cultura e do Conhecimento;
João Távora – Empresário. Presidente da Real Associação de Lisboa;
Jorge Vila Nova – Técnico Superior do Estado. Membro da Casa dos Vinte e Quatro da Nova Portugalidade;
José António Rodrigues Pereira – Oficial Superior da Armada, ex-director do Museu de Marinha;
José Eduardo Tomé Pires-Marques – Arquitecto. Ex-Director Municipal do Urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa;
José Inácio Faria – Jurista. Deputado à Assembleia Municipal de Lisboa, ex-deputado ao Parlamento Europeu, Ex-presidente do Partido da Terra;
José Manuel Araújo – Professor do Conservatório Nacional. Membro da Casa dos Vinte e Quatro da Nova Portugalidade;
Luís Gagliardini Graça – Jurista. Membro da Direcção da Nova Portugalidade.
Luís Newton – Gestor. Presidente da Junta da Estrela. Presidente da Concelhia de Lisboa do PSD;
Manuel Ribeiro de Faria – Oficial Superior do Exército. ex-director do Museu Militar;
Maria Isabel da Veiga Cabral – Técnica Superior do Estado. Especialista em património mundial. Especialista em Salvaguarda, gestão e revivificação do património cultural;
Paulo Drumond Braga – Historiador. Professor universitário;
Paulo Neves – Professor. Deputado à Assembleia da República pelo PSD;
Pedro Bastos Rabaça – Médico Psicanalista. Membro da Casa dos Vinte e Quatro da Nova Portugalidade;
Pedro Dias – Historiador. Professor Catedrático da Universidade de Coimbra;
Raúl Santos – Professor. Director do Centro de Formação da Ordem dos Biólogos;
Rodrigo Mello Gonçalves – Gestor. Deputado independente à Assembleia Municipal de Lisboa;
Rodrigo Saraiva – Consultor. Ex-Vereador da Câmara Municipal de Lisboa. Fundador da Iniciativa Liberal;
Rui Pires – Fotógrafo;
Telmo Correia – Jurista. Ministro do Turismo do XVI Governo Constitucional. Ex-vice-presidente da Assembleia da República. Deputado à AR pelo CDS-PP
Actualização às 16:30 de 3 de Fevereiro: Pedro Santana Lopes retirou-se como proponente da petição.
tenho visto tanta tacanhez vinda de fulanos que para manterem os tachos são capaz de tudo. Ao menos reconhecem que sem essas atitudes não têm capacidade, para desempenhar os cargos que ocupam
A estupidez da esquerda amerdicana também já cá chegou!
Destruir os brasoes da praça do Império é o mesmo q destruir a estárua de Vasco da Gama e de Magalhães em Hambugo ou o símbolo de Lisboa no “claustro”
do Municipio tb de Hamburgo