John Shipton não tem dúvidas sobre o que está em causa no processo de extradição do seu filho, Julian Assange: o encobrimento de crimes de guerra “contra nós, pessoas simplesmente comuns” e o ocultamento de informação que todos temos o direito de conhecer.
As palavras foram proferidas num protesto de silêncio conduzido pelo artista chinês Ai Weiwei, à porta do Old Bailey, o Tribunal Criminal Central de Inglaterra e País de Gales, em Londres, onde decorre a audição do processo de extradição de Assage. Ao artista e ao protesto juntou-se Shipton, que não poupou críticas à acusação: “A Directora da Prisão de Máxima Segurança (ADX) do Colorado, em Florence, diz abertamente que aquilo é o inferno na terra, é a morte em vida. Ora, a acusação passou o dia a tentar provar que se trata de uma espécie de clube de férias”.

O editor do WikiLeaks, Julian Assange, pode ser condenado a uma sentença de 175 anos por publicar informações verídicas de interesse público. A página Don’ Extradite Assange tem assumido uma luta sem tréguas pela liberdade de imprensa, alegando ser o próprio jornalismo que está a ser levado a tribunal: “Julian Assange está a ser perseguido pelo actual governo dos Estados Unidos por publicar documentos do governo dos EUA que expuseram crimes de guerra e abusos dos direitos humanos. As acusações de motivação política representam um ataque sem precedentes à liberdade de imprensa e ao direito do público de saber – tentando criminalizar o mais básico da actividade jornalística”.
