“Inquietação“, a rubrica semanal de Sandra Santos, jovem escritora, professora e tradutora, todas as Sextas-Feiras no Notícias Viriato, onde os desassossegos e as inquietações da juventude (e não só) são transformadas em escrita e partilhadas livremente com os leitores.
Foram muitos anos em silêncio. Muitos anos a observar, a vivenciar na pele os múltiplos atentados aos direitos e liberdades da Humanidade. Hoje, dirijo-me sobretudo às crianças e jovens. É a eles que lhes quero falar ao coração.
O que está a acontecer no mundo, a céu aberto, é só mais um sintoma da grande Doença que começou a germinar quando uma força oculta, através da construção humana, se materializou. A essa Doença podemos chamar vários nomes: Sistema, Capitalismo, Escravidão, Sobrevivência, Dependência, Dinheiro. Este mundo foi tomado de assalto por mentes maquiavélicas, montando um sistema altamente sofisticado, ludibriante, condicionante e vicioso. Foi concebida uma linha de montagem bem oleada e instrumentalizada, de maneira a que todos os seres humanos vivam acorrentados dentro e fora de si mesmos. Uma verdadeira Roda de Samsara (segundo o Budismo, é uma representação de um ciclo interminável de nascimento, morte e renascimento, cujo conceito se baseia na lei da acção e reacção ou na lei do karma).
Pois bem, mesmo antes do momento inaugural do nosso nascimento, o nosso campo de consciência já se encontra a captar uma panóplia de informações, crenças, tendências, memórias, traumas, intenções. Mesmo antes de sermos matéria, já somos energia. E é essa circunstância singular que pode ser a chave para a libertação da humanidade. Contudo, vamos por partes.
Quando nascemos, nasce também connosco a sensação do Novo, da Novidade. Tudo nos parece experimentação, observação, recreação (no sentido lato da palavra). É uma sensação de puro êxtase e comunhão – os bebés são essa mesma expressão. À medida que vamos crescendo, os nossos sentidos vão-se apurando e experienciamos o mundo aliando as sensações aos pensamentos e, por sua vez, os pensamentos às memórias, e as memórias às idealizações, e as idealizações às metas, e as metas às conquistas, e as conquistas às frustrações, e as frustrações às inquietações, e as inquietações às intuições, e as intuições às… às… a algo maior do que nós, que ainda não ousamos nomear.
Sim, parece que não pára. É isso. Enquanto o Sistema vem com gavetas, caixinhas, padrões, referências, modelos, linhas de montagem, o nosso Ser continua em contínua expansão e não pára, não pára por aqui. Por favor, não páres tu também por aqui.
Ele há tradições, ele há crenças, ele há condicionamentos, ele há normas, ele há coisas do politicamente correcto. Ele há de tudo para te moldar à sua imagem e semelhança. É o Jogo das Ilusões, jogo esse em que jogamos mesmo antes da nossa concepção. Jogo que vicia, que vibra em energias de medo, comparação, insuficiência e competição. No final, perdemos todos. Fim do Jogo. Fim da Vida.
É mesmo isso que pretendes?
Não posso mais calar-me. Sinto tudo nos meus nervos, na minha alma que clama por LIBERDADE. Não há jogo maior que o Viver. E cada Viver é Ímpar. Cada Viver é a Pares. Ninguém está só. Se a Humanidade se Unir, o Jogo Acaba.
Queres experimentar? Começa por boicotar esse Jogo na tua própria Vida e a tua existência nunca mais será a mesma. Despertarás e irás parecer Outro. E amanhã, depois de amanhã, nos dias, nos meses, nos anos seguintes, até ao fim da tua existência terrena, serás sempre Outro(s). Porque cada Dia te parecerá uma Vida. E, por isso, já não mais viverás para sobreviver, mas, sim, para VIVER. E a morte não mais existirá, porque tu não és um corpo. Tu és uma energia que atravessa o Tempo, o Espaço, a Mente, o Mundo, e todos os Medos e condicionamentos. Tu és a Energia mais poderosa que existe: e é isso que sempre te ocultaram, e que, no teu âmago, pulsava para emergir e ser a tua chave de libertação.
ÉS LIVRE, SOMOS LIVRES: é esta a Senha de Libertação da Humanidade.
Que a Energia deste texto, desta intenção, alcance o teu coração.

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“Ninety-nine [students] out of a hundred are automata, careful to walk in prescribed paths, careful to follow the prescribed custom. This is not an accident but the result of substantial education, which, scientifically defined, is the subsumption of the individual.” – William Torrey Harris, educator and former U.S. Commissioner of Education, “The Philosophy of Education”, 1889.
Isso pressupõe a existência de uma “Humanidade” algo que nem sequer sei o que é?
Podes clarificar o que tal vocábulo significa na Realidade?