Em causa está a influência do bilionário nas políticas da Organização Mundial de Saúde (OMS) e o historial de programas experimentais de saúde pública e vacinação massiva em países do terceiro mundo.

Num discurso impactante e que logo se tornou viral, a deputada italiana Sara Cunial dirigiu-se ao primeiro-ministro Giuseppe Conte nos seguintes termos: “Da próxima vez em que você receber um telefonema do filantropo Bill Gates, encaminhe-o diretamente ao Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade “.

A deputada prevê um futuro negro para Itália, em que as pessoas sentirão na pele o que é a pobreza ou mesmo a miséria e a morte, pois “já percebemos que não se morre apenas do vírus”, graças às leis e medidas tomadas no contexto da pandemia por pressão da OMS “cujo principal financiador é o conhecido ‘filantropo e salvador do mundo’ Bill Gates”.

Sara Cunial alerta para o facto suspeito de o bilionário ter “profetizado” uma vasta pandemia no âmbito do Event 201, no qual se simulou o cenário de impacto e resposta a uma eventual disseminação global de um novo coronavírus. Ora, possuindo ou não dons sobrenaturais, a verdade é que as “profecias” do ex-dono da Microsoft tendem a realizar-se com um razoável grau de precisão.

No que respeita às vacinas de Gates, que agora aparecem como a “salvação mundial” contra a COVID-19, a deputada vê nelas a causa de tragédias humanas irreparáveis: “Graças às suas vacinas, [Gates] conseguiu esterilizar milhões de mulheres em África e provocou uma epidemia de poliomielite que fez 500 mil meninos paralíticos na Índia”.

Com efeito, o bilionário tem sido acusado de reunir consórcios de “capitalismo colaborativo” entre a OMS, entidades reguladoras, organizações filantro-capitalistas, instituições públicas, académicas e governamentais com vista a monopolizar as políticas de saúde de países subdesenvolvidos, ou em desenvolvimento. Algo que levanta evidentes conflitos de interesse, não só no âmbito da aprovação das suas “soluções” (em geral, vacinas), como na sua implementação e avaliação.

Suprimindo todo e qualquer contrapoder que se lhe oponha, e com a colaboração da imprensa dominante, os programas de vacinação massiva, promovidos pela Global Alliance for Vaccines and Immunization (GAVI) e a Bill & Melinda Gates Foundation, são apresentados ao público como um grande sucesso. No entanto, segundo Janice Graham, investigadora da Dalhouse University (Canada), esta fixação numa solução mágica para doenças particulares, bem como a mobilização generalizada que a sua implementação implica, só tem resultado na proliferação de outras doenças e numa decadência dos sistemas de saúde locais.

Entretanto, com a pandemia COVID-19, e concretizando uma oportunidade profetizada no seu Event 201, o ilustre financiador da OMS está prestes a realizar o seu objectivo: “vacinar 7 mil milhões de pessoas“.

Depois da suspensão do financiamento dos EUA à OMS, a Bill & Melinda Gates Foundation tornou-se a sua maior financiadora.