Duas explosões em dois petroleiros que navegavam no Golfo de Omã, esta Quinta-Feira, obrigaram à evacuação das respectivas tripulações e levantaram suspeitas de um novo ataque contra embarcações na região, um mês depois de quatro navios terem sido alvejados no Golfo Pérsico. Os incidentes junto ao importante e estratégico Estreito de Ormuz provocaram a subida imediata do preço do barril de petróleo, em 4%, colocando-o nos 62 dólares (cerca de 55 euros).

As marinhas norte-americana e iraniana prestaram de imediato auxílio aos dois navios e a segunda resgatou 44 pessoas “dos dois petroleiros estrangeiros”, levando-as para o porto iraniano de Jask. As explosões foram comunicadas com cerca de uma hora de diferença

O Secretário de Estado dos E.U.A, Mike Pompeo, culpou o Irão pelo “ataque flagrante” aos petroleiros.

A 22 de Abril de 2019, o Irão ameaçou fechar o Estreito. “Se somos impedidos de usá-lo, vamos fechá-lo” informou a agência de notícias estatal Fars, citando Alireza Tangsiri, chefe da Força Naval da Guarda Revolucionária.

O primeiro petroleiro a relatar um problema foi o Front Altair. Foi relatado que transportava 75.000 toneladas de nafta, carregadas em Abu Dhabi, para o Japão. O segundo navio era o japonês Kokuka Corageous, que estava a navegar da Arábia Saudita para Singapura com uma carga de metanol.

O momento dos ataques levanta questões. Será uma bandeira falsa?

Os ataques ocorreram enquanto o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe estava a visitar Teerão, com a bênção do PresidenteTrump. Os petroleiros danificados na quinta-feira transportavam cargas relacionadas com o Japão, segundo Hiroshige Seko, ministro da Economia, Comércio e Indústria, no Twitter.

Um dia antes, o Irão libertou um americano preso por acusações de espionagem.

Parece um momento muito estranho para atacar petroleiros dos aliados dos E.U.A no momento em que aparecem os primeiros sinais tangíveis da diminuição das sanções impostas pelos americanos. Mas é absolutamente compreensível se o objectivo final é impedir qualquer alívio das tensões entre as duas nações e efectuar mudanças de regime no Irão.

“A palavra suspeita não é suficiente para descrever” esses “ataques” contra dois petroleiros “ligados ao Japão que ocorreram enquanto o primeiro-ministro [japonês] se reunia” com o líder supremo iraniano em Teerão, escreveu no Twitter o ministro Mohammad Javad Zarif.

A visita de Abe é a primeira de um chefe de Governo japonês desde a revolução islâmica de 1979.

“Quem está por trás dos ataques não é amigo do Irão”, defende Julian Lee da Bloomberg

Operação de bandeira falsa (False flag em inglês) são operações conduzidas por governos, corporações, indivíduos ou outras organizações que aparentam ser realizadas pelo inimigo de modo a tirar partido das consequências resultantes.

Fontes:

https://news.yahoo.com/iran-little-gain-oman-tanker-093901847.html

https://www.breitbart.com/middle-east/2019/06/13/u-s-navys-5th-fleet-aids-tankers-under-attack-in-oman-sea/

https://www.zerohedge.com/news/2019-06-13/2-tankers-damaged-after-suspected-torpedo-attack-near-strait-hormuz-oil-soars

https://www.bloomberg.com/news/articles/2019-04-22/iran-will-close-strait-of-hormuz-if-it-can-t-use-it-fars