A advogada iraniana que defendia o direito das mulheres de remover o hijab foi condenada a 38 anos de prisão e 148 chicoteadas.

Nasrin Sotoudeh, uma advogada de direitos humanos de renome internacional presa no Irão, foi condenada a 38 anos de prisão e 148 chicoteadas.

Sotoudeh, que representou activistas da oposição, incluindo mulheres condenadas por removerem o véu obrigatório, foi presa em Junho e acusada de espionagem, propaganda e insulto ao líder supremo do Irão, disse o seu advogado.

Ela foi presa em 2010 por espalhar propaganda e conspirar para prejudicar a segurança do Estado – acusações que ela negou – e foi libertada após cumprir metade da sua pena de seis anos. O Parlamento Europeu atribuiu-lhe o Prémio Sakharov dos Direitos Humanos.

Mohammad Moqiseh, juiz de um tribunal revolucionário no Teerão, disse na Segunda-feira que Sotoudeh foi condenada a cinco anos por se reunir contra a segurança nacional e dois anos por insultar o líder supremo do país, Ayatollah Ali Khamenei, informou a Agência Oficial de Notícias da República Islâmica.

O marido de Sotoudeh, Reza Khandan, escreveu no Facebook que a sentença foi de décadas na prisão e 148 chicotadas, o que é invulgarmente severa até para o Irão, que pune duramente a dissidência e impõe regularmente sentenças de morte para alguns crimes.

O Irão, muitas vezes acusado de violações dos direitos humanos, disse ter permitido que a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Kate Gilmore, os visitasse na semana passada à frente de uma “missão técnica”.

A visita, confirmada por um funcionário da ONU, parecia ser a primeira em muitos anos pelos investigadores de direitos humanos da ONU, a quem foi negado o acesso pelo governo.

O investigador da ONU sobre os direitos humanos no Irão, Javaid Rehman, levantou o caso de Sotoudeh no Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra, na segunda-feira passada, dizendo que na semana passada ela “foi alegadamente condenada por acusações relacionadas com o seu trabalho e poderia enfrentar uma longa pena de prisão”.

Ele acrescentou: “Padrões preocupantes de intimidação, prisão, acusação e maus-tratos de defensores de direitos humanos, advogados e activistas dos direitos laborais sinalizam uma resposta do estado cada vez mais severa.”

26 de Agosto de 2019

Fontes:

https://unitedhumanists.com/2019/07/04/iranian-lawyer-who-defended-womens-right-to-remove-hijab-gets-38-years-148-lashes/

https://www.theguardian.com/world/2019/mar/11/human-rights-lawyer-nasrin-sotoudeh-jailed-for-38-years-in-iran