Conforme noticiou o jornal Toronto Sun, no passado 23 de Junho, o Hospital Pediátrico SickKids registou cinco casos de miocardite – inflamação do coração – em jovens, após a toma da vacina contra a Covid-19. Na mesma província, Ontário (Canadá), o Hospital McMaster, também dedicado à pediatria, terá detectado mais dois casos, embora esta última instituição ainda não os tenha confirmado oficialmente.

A porta-voz do SickKids, Jessamine Luck, declarou que os doentes com miocardite podem ser vistos nas urgências do próprio Hospital ou reencaminhados para clinicas externas. Acrescentando que “todos estes pacientes responderam bem ao tratamento e a maioria dos pacientes com miocardite pós-vacinação não necessitaram de admissão”.

O novo Director Médico do Departamento de Saúde de Ontário, Dr. Kieran Moore, desdramatizou a situação, alegando que “actualmente não estamos a ver nenhum efeito significativo de vacinas de mRNA associadas à inflamação do músculo cardíaco, isto é, miocardite ou pericardite, e estamos a aprender com a experiência americana”; referindo-se às investigações do CDC (Centro de Controlo de Doenças dos EUA) sobre riscos cardíacos em jovens vacinados contra a COVID-19

Com efeito, na passada Quarta-feira, o CDC fez uma “reunião de emergência” para discutir a questão da miocardite em adolescentes vacinados, confirmando a provável ligação entre a vacinação e o subsequente problema cardíaco. A FDA (Food and Drug Administration) acrescentou um aviso nas vacinas produzidas pela Pfizer/BioNTech e pela Moderna, notando um aumento dos relatos de eventos adversos relacionados com miocardite e pericardite após a segunda dose. Nos EUA, até dia 23 de Junho, em pessoas até aos 30 anos, foram reportados 484 casos de inflamação cardíaca e, até à data, 79% recuperaram dos sintomas.

No que concerne as crianças, a Organização Mundial de Saúde mantém que estas não devem ser vacinadas “de momento” dada a falta de provas de que os benefícios superem os riscos.

Neste balanço, riscos versus benefícios, considere-se também o relatório submetido recentemente ao Ministério da Saúde israelita, o qual concluiu que o risco de desenvolver um problema cardíaco pós-vacinação varia de 1 em 3000 a 1 em 6000, entre jovens com idades compreendidas entre os 16 e os 24 anos. Na opinião do Dr. Neil Rau, médico especialista em doenças infeciosas do Halton Healthcare (Ontário), “estão a dar a vacina aos miúdos para proteger outro grupo de pessoas, os adultos”.