Num vídeo publicado no seu canal de Youtube, Peterson fala dos problemas que teve com benzodiazepinas e depressão, e anuncia que já regressou à sua casa em Toronto e está pronto para voltar a produzir conteúdos novos.
Psicólogo clínico e professor na Universidade de Toronto, Canadá, Jordan Peterson notabilizou-se pelo seu trabalho académico, em torno de Carl Jung e a sua teoria dos arquétipos, assim como por best sellers internacionais tais como 12 Regras Para a Vida: O Antídoto do Caos. Desde 2010 que as suas visões sociopolíticas têm chamado a atenção do grande público, mas a sua fama deve-se sobretudo à sua oposição pública ao C-16 – uma proposta de lei discutida no Parlamento Canadiano, em 2016, e que pretendia proibir linguagem considerada ofensiva à identidade de género de pessoas não-binárias (por exemplo, transexuais).
Repudiando a proposta C-16, Peterson recusou-se terminantemente a ser obrigado por lei a sujeitar a sua liberdade de expressão à identidade de género dos outros: “Se eles me multarem, não pagarei. Se eles me colocarem na prisão, vou fazer greve de fome. Eu não vou fazer isto (…) Eu não vou usar as palavras que outras pessoas exigem que eu use. Especialmente se forem compostas por ideólogos radicais de esquerda.”. Desde então, tem sido uma das principais figuras da luta pela liberdade de expressão, destacando-se particularmente na forma como argumenta e desmonta a retórica da esquerda liberal. Em Abril de 2019, debateu com o filósofo pós-marxista Slavoj Žižek, no Sony Centre, tendo o mesmo terminado num ambiente de respeito mútuo e de concordância quanto à perniciosidade da regulamentação do discurso e cultura do politicamente correcto.
Tratando-se de uma voz incómoda, Peterson insurgiu-se também contra a censura na internet, por parte do Facebook e demais companhias Big Tech (Google, Youtube, Twitter), em resposta à qual lançou a rede social Thinkspot: “uma comunidade colaborativa onde os indivíduos podem explorar e trocar ideias de uma maneira atenciosa e respeitosa. A plataforma é um playground intelectual e criativo para um discurso com significado”.
Em Abril de 2019, enquanto enfrentava grande ansiedade e dificuldades emocionais em lidar com o cancro da sua mulher, foi-lhe aumentada a dose de clonazepam (tranquilizante da classe das benzodiazepinas). Meses depois, estava dependente e, ao tentar reduzir a dose, o seu organismo reagiu severamente. Desde então que passou por tempos de agonia, até conseguir funcionar normalmente sem o medicamento. Esteve internado numa clínica de reabilitação, em Moscovo. Foi diagnosticado com pneumonia em ambos os pulmões e induzido em coma. Em agosto de 2020 contraiu COVID, num hospital onde também esteve, na Sérvia.
Mas, o pesadelo parece ter acabado. Finalmente recuperado, ou a caminho da recuperação total, Peterson garante já conseguir funcionar quase em pleno sem a malfadada medicação. E termina, dizendo: “com a graça e misericórdia de Deus, vou ser capaz de começar a gerar material novo outra vez”. Ficamos todos a aguardar. Quanto aos seus mais acérrimos seguidores, não podiam ter tido melhor notícia do que esta.
Apenas um reparo , no artigo menciona “proposta de lei discutida no Parlamento Canadiano, em 2016, e que pretendia proibir linguagem considerada ofensiva à identidade de género de pessoas não-binárias (por exemplo, transexuais).”; Embora esteja próximo do que se passou, não foi bem isso, a “Bill C-16” , foi mais grave ainda, pretendiam impor uso obrigatório de determinados pronomes pessoais – “mandatory pronouns”, em nome da “inclusão” e não proibir o uso de determinadas palavras.
A perigosidade ainda maior do que proibir o uso de determinada linguagem , é o estado impor o uso obrigatório de certas palavras.